segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Maquiavel: "A raposa e o leão"



"Devemos, então, saber que há dois géneros de combate: um que se serve das leis, outro que se serve da força: o primeiro é próprio do homem, o segundo dos irracionais: mas porque o primeiro muitas vezes não basta, convém recorrer ao segundo. A um príncipe é necessário, portanto, saber deveras usar ou o animal ou o homem que estão dentro dele. (...)
Estando, então, um príncipe necessitado de saber usar bem o animal, deve eleger como tal a raposa e o leão; porque o leão não se defende das armadilhas e a raposa não se defende dos lobos. Necessita, pois, de ser raposa para conhecer as armadilhas, e leão para amedrontar os lobos. Aqueles que apenas levam dentro de si o leão não chegam para todas as situações."

 Maquiavel, Nicolau, O príncipe, Capítulo XVIII, De que modo têm os príncipes de manter a fé jurada, Guimarães Editores, Lisboa, 1999, pag 84

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